A diversidade e a inclusão são concretizadas quando há uma consciência plena de sua necessidade e uma profunda desconstrução por parte daqueles que criam os espaços.
Antes de começarmos, precisamos esclarecer as diferenças entre diversidade e inclusão.
Uma equipe "diversificada" inclui indivíduos de diferentes origens socioeconômicas, nacionalidades, etnias, raças, orientações sexuais, identidades de gênero, educação etc. Isso oferece novas perspectivas para a organização.
Inclusão significa dar a cada membro da equipe a oportunidade, o apoio e as ferramentas para desempenhar uma função, expressar uma opinião, participar ativamente e ter acesso aos recursos da empresa. Em um time de futebol, diversidade significa ter diferentes "tipos" de jogadores, inclusão significa passar a bola para cada um deles para que possam jogar.
Há alguns anos, os conceitos de "inclusão" e "diversidade" não existiam no mundo corporativo como existem hoje. Às vezes, eram conceitos que causavam desconforto ou desprezo total.
Ao longo dos anos, a diversidade e a inclusão se tornaram bastiões das culturas corporativas e das campanhas de marketing. Sabe-se que a diversidade tem um enorme impacto não apenas na reputação de uma empresa, mas também em seu desempenho e em sua capacidade de inovar.
Mas existe realmente um interesse genuíno em ser verdadeiramente inclusivo no local de trabalho? De onde e de quem devem vir essas iniciativas?
Além de um logotipo de arco-íris para o mês do Orgulho ou de uma rampa para cadeira de rodas nas instalações de uma empresa, a diversidade e a inclusão se materializam quando há plena consciência de sua necessidade e uma profunda desconstrução por parte daqueles que formam, gerenciam e equipam os espaços de trabalho.
Hoje, queremos falar sobre como uma cultura genuinamente inclusiva pode começar a surgir.
Ter uma força de trabalho diversificada significa ter perspectivas diferentes sobre a mesma questão dentro da empresa. Isso tem um impacto natural nas habilidades de solução de problemas da empresa e aprimora as iniciativas das equipes com ideias inovadoras.
Além disso, uma empresa diversificada e inclusiva é muito atraente para os novos talentos das gerações mais jovens, que buscarão fazer parte de equipes em que se sintam valorizados e tenham um senso significativo de pertencimento. De fato, de acordo com um estudo realizado pelo Indeed e pelo Glassdoor, 62% dos trabalhadores norte-americanos com idades entre 18 e 34 anos dizem que estão dispostos a recusar uma oferta de emprego se acharem que seu futuro chefe não apoia iniciativas de diversidade e inclusão.
Mas, além dessas vantagens, muitas organizações não encontram nenhum outro motivo para se tornarem mais inclusivas e diversificadas. Por quê?
A falta de empatia e conscientização não só afeta nossa vida cotidiana, mas também existe na tentativa de criar culturas organizacionais mais inclusivas e diversificadas.
Empatia é a intenção ativa de entender o ponto de vista, as emoções e as interpretações da realidade de outras pessoas. Ela nos faz sair de nosso próprio ponto de vista e considerar as situações de outro lugar, por meio da curiosidade e da escuta. Ela nos permite ser mais humildes e eliminar as suposições.
Quando temos pouca consciência de nosso privilégio, nossa empatia não é bem exercida e é nesse momento que uma empresa e sua cultura podem apresentar obstáculos em sua missão de ser mais inclusiva.
Quando falamos em consciência de nosso privilégio, estamos nos referindo ao exercício de reconhecer que temos, até certo ponto, vantagens sobre outros grupos mais vulneráveis da sociedade. E, portanto, que nossos locais de trabalho, o setor profissional e o sistema em geral são projetados para trabalhar a nosso favor.
É por isso que um recrutador pode descartar o perfil de uma mãe solteira antes mesmo de entrevistá-la, ou por que podemos ignorar aquela piada homofóbica "inocente" que nosso colega fez no escritório.
Sem empatia e conscientização por parte dos líderes, financiadores e tomadores de decisão, as intenções de criar espaços inclusivos e diversificados continuarão sendo apenas isso: intenções.
No entanto, esse não é um exercício apenas para os líderes seniores. A empatia e a conscientização são contagiosas, e a abertura de conversas em espaços seguros pode acabar com a ignorância e o medo de errar.
Quando não há empatia e conscientização suficientes, qualquer iniciativa de diversidade e inclusão enfrenta três obstáculos principais:
Negação: "Esse não é um problema real nesta empresa".
Descompromisso: "Não é um problema que eu deveria estar tentando resolver".
Baixa priorização: "Há coisas mais importantes que precisam de atenção e recursos".
No entanto, assim como existem obstáculos, também há maneiras de nos tornarmos mais sensíveis a essas questões e tornar a diversidade e a inclusão mais relevantes.
É importante mencionar que, para enfrentar a resistência às iniciativas ou mudanças organizacionais para a diversidade e a inclusão, a comunicação é essencial. Quaisquer novas atividades e espaços desenvolvidos para promover a diversidade e a inclusão devem ser comunicados no contexto: por que isso está sendo feito, por que é importante e o que se espera das pessoas na organização.
Esteja ciente de que nem todos têm o mesmo nível de exposição e conhecimento sobre essas questões. Será necessário apresentar, por meio de especialistas, esses espaços e criar um plano de ação e resposta a quaisquer preocupações que surjam.
Essas ações não são de responsabilidade apenas dos líderes de área ou do RH. Há também uma série de atividades que podem contribuir muito em nível pessoal, nos ajudando a exercitar a empatia e a expandir nosso conhecimento.
Muitas vezes temos medo de usar o termo errado, usar os pronomes errados ou simplesmente pronunciar um termo de forma errada. Esse medo legítimo nos impede de abordar essas conversas em primeiro lugar. É importante perder o medo e fazer as perguntas certas.
Nos espaços certos (espaços privados, em sigilo ou em instâncias de feedback) e com as pessoas certas, podem ser geradas conversas valiosas e seguras, nas quais podemos solucionar dúvidas e nos aprofundar nos desafios diários que as pessoas com diversidade encontram em nossos espaços de trabalho. Podem ser feitas perguntas como: Quais desafios você encontra diariamente no escritório? Você se sente seguro para assumir riscos no escritório? Quais vozes você acha que estamos excluindo de nossa comunicação diária?
Desafie suas crenças e preconceitos, informando-se melhor sobre a diversidade. Isso o ajudará a abordar essas questões com certeza, em vez de especulação.
Há muito conteúdo em diferentes formatos, como palestras, podcasts, artigos ou livros que podem lhe dar diferentes perspectivas sobre raça, minorias religiosas, diversidade sexual, neurodivergências, pessoas com deficiência etc. Há muitas organizações internacionais e ONGs que compartilham informações precisas.
Essa abordagem reduz muito o medo de abordar essas questões de forma incorreta e ajuda muito a quebrar as barreiras iniciais entre nós e os outros.
Conforme mencionado acima, a segurança psicológica envolve enfrentar o desconforto e sair de nossa zona de conforto para um espaço realmente transparente e seguro. Algo semelhante acontece com a diversidade e a inclusão.
Não há problema em se sentir intimidado por essas questões, a sociedade está mudando e cada vez mais espaços seguros e plurais estão sendo exigidos. Para lidar melhor com essas mudanças, precisamos estar dispostos a aceitar nossos erros na tentativa de sermos mais inclusivos, pedir desculpas, aceitar correções e conversas difíceis. Essa é a única maneira de combater problemas reais, como sexismo, LGBTfobia, racismo, capacitismo etc.
Para ser inclusivo no trabalho, é essencial adotar uma atitude aberta e respeitosa em relação a todas as pessoas, independentemente de sua origem, religião, gênero, orientação sexual, idade, deficiência ou qualquer outra característica distinta.. Inclusão no trabalho significa valorizar e respeitar todos os membros da equipe, reconhecendo sua individualidade e apreciando a diversidade de pensamentos e experiências que eles trazem para a equipe.
Um dos primeiros passos para promover a inclusão no local de trabalho é promover um ambiente aberto e seguro onde todos se sintam valorizados e ouvidos.. Isso envolve ter políticas e procedimentos claros que garantam a igualdade de oportunidades e evitem qualquer tipo de discriminação. Além disso, é importante oferecer treinamento em diversidade e inclusão para todos os funcionários, com foco no respeito e na valorização das diferenças..
Para garantir a verdadeira inclusão no local de trabalho, também é fundamental implementar práticas justas de contratação e promoção que valorizem a competência e as habilidades das pessoas, sem parcialidade ou preconceito. Também é essencial garantir que todos os funcionários tenham acesso às mesmas oportunidades de desenvolvimento e crescimento profissional dentro da empresa.
Finalmente, a comunicação aberta e transparente também é fundamental para a inclusão no local de trabalho.. A troca de ideias e informações entre todos os membros da equipe deve ser incentivada, assim como o feedback construtivo. A inclusão no trabalho não é apenas fundamental para o bem-estar e a satisfação dos funcionários, mas também pode trazer um valor incalculável para a empresa em termos de criatividade, inovação e desempenho.
De acordo com a SAP Espanha, alguns dos benefícios econômicos e de desempenho da inclusão no trabalho são
A inclusão no trabalho traz vários benefícios para a produtividade da mão de obra. Ao promover ambientes de trabalho inclusivos, a diversidade e a igualdade são estimuladas, o que contribui para a criação de equipes de trabalho robustas e criativas. Esse ambiente estimula a colaboração, o respeito e a empatia entre os funcionários. Ao destacar as habilidades e os talentos individuais, a inclusão no trabalho pode melhorar a motivação e a satisfação no trabalho, aumentando assim a produtividade da empresa. Além disso, ela promove um senso de pertencimento e comprometimento que pode levar a uma maior retenção de pessoal. Em conclusão, a inclusão no trabalho é um fator essencial para o desenvolvimento e o crescimento de qualquer organização.
Como já foi mencionado, inclusão significa dar a cada membro da equipe a oportunidade, o apoio e as ferramentas para ter uma função, expressar uma opinião, participar ativamente e ter acesso aos recursos da empresa.
Em conclusão...
O caminho para uma cultura organizacional genuinamente interessada em diversidade e inclusão é complexo. Somente com espaços seguros e se colocando em ação é que a barreira inicial do medo e do desconforto pode ser superada.
Muitos desses esforços vêm de dentro, em um nível pessoal, ligados a uma vontade de tornar os espaços de trabalho espaços para todos. Um lugar onde as oportunidades de sucesso possam estar disponíveis para todos.
Em resumo, ser inclusivo no trabalho requer comprometimento, empatia, respeito e disposição para aprender e crescer. Isso não apenas cria um ambiente de trabalho mais positivo e produtivo, mas também estabelece a base para um mundo mais inclusivo e equitativo.
Se você deseja que sua organização seja inclusiva, pode começar participando do Workshop de Equidade de Gênero junto com a sua equipe. Preencha este formulário para receber mais informações.
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