Você provavelmente já ouviu falar do conceito de Segurança Psicológica, a percepção coletiva de que um espaço de trabalho é seguro o suficiente para assumir riscos, fazer propostas e ser honesto.

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Não é difícil imaginar os benefícios de um espaço de trabalho seguro. Inovação, resiliência, autenticidade e produtividade, entre outros, se manifestam com facilidade nesses espaços.

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Entretanto, assim como pode haver segurança, também pode haver perigo psicológico. Uma percepção coletiva de um espaço como um lugar arriscado para ser transparente, propor e inovar. Um local onde a comunicação é ruim.

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Além disso, esses sinais de perigo podem ser muito silenciosos e difíceis de identificar. É por isso que dedicamos um módulo inteiro a esse tópico em nosso curso on-line "Espaços de Segurança Psicológica" do nosso Programa de Falhas para empresas.

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Hoje, listamos brevemente quatro (entre muitos outros) sintomas que indicam um espaço de perigo psicológico.

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1. cobertura

Você já teve que esconder parte de sua identidade no trabalho ou mostrar a seus colegas de trabalho uma versão filtrada de si mesmo? Então você pode ter experimentado a cobertura (ou ocultação).  

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O sociólogo Erving Goffman cunhou o termo "cobertura" em 1963 para a prática de esconder, inibir, mascarar ou copiar algumas características pessoais a fim de se adequar a algum grupo social que tenha mais poder.

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Isso acontece devido às exigências do "deveria ser", pois em muitos casos o local de trabalho nos força a adotar um modelo "aceitável" para a empresa e o estilo que devemos refletir.

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Esse fenômeno pode se manifestar em comportamentos muito simples, como cobrir tatuagens com roupas para não causar uma má impressão, esconder nosso estilo de vida como mães que trabalham, evitar falar sobre nosso parceiro para não sair do armário no escritório, e assim por diante.

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A cobertura mata a diversidade e o pensamento divergente que podem levar à inovação, enriquecendo as conversas ou insights valiosos para identificar possíveis falhas que ninguém mais vê.

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2. CYA

"Covering your ass", que é a tradução literal de cobrir seu traseiro (ou CYA), refere-se a uma tática usada por trabalhadores e organizações para compartilhar e desviar a culpa, ou para se desassociar da responsabilidade caso algo dê errado.
Esse fenômeno geralmente está presente em grandes projetos em que os riscos são altos e um funcionário opta por evitar receber todo o crédito por ter feito uma parte essencial do projeto.

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Também pode envolver a antecipação de ações antiéticas para se proteger e evitar possíveis problemas. Por exemplo, alterar números para beneficiar os resultados, mesmo que eles não sejam confiáveis.

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O CYA é mais predominante em organizações altamente regulamentadas ou burocráticas, onde há a possibilidade de eventos imprevistos ou erros devido a várias camadas de supervisão. Essas são hierarquias em que as pessoas envolvidas formam uma fila inumerável e é difícil ter controle ou estar ciente de cada link.

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Isso acontece principalmente para evitar possíveis críticas sobre o fracasso do projeto e até mesmo para evitar ou mitigar ações legais ou outras sanções. Esse fenômeno reduz o nível de responsabilidade e comprometimento das equipes e impede a assunção de riscos para melhorar e inovar.

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3. Desistência silenciosa

A desistência silenciosa refere-se ao abandono do trabalho de forma sutil. Mas, mais do que isso, descreve uma rebelião contra a cultura do excesso de trabalho.

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Esse fenômeno ganhou força entre as gerações Z e Millennial, em que as pessoas estão reconsiderando seriamente sua relação com o trabalho; não apenas fazendo o que é estritamente necessário para manter o emprego, mas abandonando a cultura da agitação e deixando para trás a ideia de que o trabalho deve ser o centro da vida.

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A demissão silenciosa não significa que o funcionário vai deixar o emprego, mas que ele limita suas tarefas e seu tempo ao que está estritamente estipulado em seu contrato. Em outras palavras, trata-se de fazer apenas o suficiente para realizar seu trabalho e estabelecer limites claros para equilibrar isso com sua vida privada.

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Essa nova maneira de perceber o mundo do trabalho rejeita totalmente o "vestir a camisa", "ir além" ou "dar 110%", como dizemos na América Latina, para fazer horas extras sem remuneração ou envolver-se em projetos que não fazem parte do trabalho.
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Embora seja uma prática saudável para os funcionários estabelecer limites entre sua vida profissional e pessoal e para os empregadores respeitarem esses limites também, o Quiet Quitting implica manter silêncio e não gerar conversas saudáveis devido à falta de confiança e à percepção de perigo na empresa.

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4. Efeito do conhecimento comum

O termo "pensamento de grupo" refere-se a situações em que os indivíduos de um grupo se adaptam e se submetem à opinião coletiva, mesmo que ela não represente seu próprio ponto de vista.

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A partir desse conceito, surge o Efeito Conhecimento Comum. Nesse caso, apenas as informações compartilhadas por todos os membros são reconhecidas e priorizadas, e aquelas que têm um ponto de vista diferente são rejeitadas e ignoradas.

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Quanto mais coeso o grupo, mais o julgamento gira em torno da opinião central do grupo, independentemente de ser ou não baseado em fatos. Isso afeta a capacidade dos indivíduos de fazer uso de suas fontes particulares de informação.

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As consequências são graves, pois decisões ruins ou irracionais acabam sendo tomadas porque a diversidade de opiniões do grupo não é levada em consideração.

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Em conclusão...

Esses são apenas alguns dos sintomas que ocorrem em espaços de perigo psicológico e que afetam muito a operação diária e as possibilidades de inovar.

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Este conteúdo faz parte do Programa de Falhas em nosso curso on-line Espaços Seguros Psicológicos para Empresas. Nele, não apenas nos aprofundamos em mais sinais de perigo psicológico, mas também abordamos a criação de locais de trabalho seguros por meio da transparência e da vulnerabilidade.

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Se estiver interessado em renovar sua cultura organizacional, preencha este formulário e nos informe seus objetivos, o Programa de Falhas é personalizável ;)

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