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Histórias de transa

Compartilhe o fracasso... o sucesso?

Podemos aprender mais com o fracasso... Ou será que podemos? Queremos explorar essa possibilidade. Vale a pena compartilhar apenas o sucesso?

Por:
Ricardo Guerrero
6 de julho de 2022
Compartilhe o fracasso... sucesso? | Fuckup Nights

Desde a criação da Fuckup Nights em 2012, nossa mensagem sempre foi a mesma: "o fracasso é uma droga, mas instrui". O trocadilho funciona melhor quando você o diz em inglês: "Failure sucks, but instructs".

Em 10 anos, esclarecemos milhares de fracassos, sob os holofotes e em palcos de todo o mundo, para que as pessoas conheçam o lado B do mundo profissional, o que não nos contam em filmes e livros. Porque muito já foi dito sobre o sucesso.

Tampouco somos fanáticos pelo fracasso. Como dissemos, o fracasso, com exceção do ensino, é péssimo. É desconfortável, mas inevitável e, por isso, a importância de colocá-lo na mesa, pois faz parte de nossa experiência humana. Poderíamos até dizer que nem sempre ensina, às vezes simplesmente fracassamos, não há nada a aprender, talvez apenas nos acostumarmos e lidarmos com isso.

Em nossos eventos, evitamos encerrar nossas palestras com histórias de sucesso, não nos aprofundamos muito porque esse não é nosso foco nem nosso objetivo. Você aprende mais com o fracasso... Ou será que aprende?

Em nossa primeira década de vida, queríamos explorar essa possibilidade. Será que também vale a pena falar apenas sobre o sucesso? Há tanto a aprender com o sucesso quanto com o fracasso?

A narrativa do sucesso

O sucesso desempenha um papel importante em nossa vida. Ele representa a esperança, a recompensa por nossos esforços. Afinal de contas, qualquer tarefa ou jornada que empreendemos tem um propósito, e a definição de metas e objetivos nos ajuda a permanecer no caminho certo.

Embora às vezes não percebamos isso, muitas das histórias de sucesso que ouvimos mencionam o fracasso. Toda narrativa tem conflito, e o fracasso faz com que a conquista do sucesso pareça mais heroica. 

No entanto, no mundo acadêmico e profissional, tendemos a nos concentrar mais nos resultados do que nos processos e, quando contamos histórias de sucesso, tendemos a omitir aspectos importantes da história. E quanto aos contratempos? Como eles foram resolvidos? O que teríamos feito de diferente para evitá-los?

Na narrativa do sucesso, é importante detalhar o processo em vez do resultado final, valorizar os aspectos que nos fizeram crescer como profissionais e o valioso conhecimento que o processo rochoso nos deixou. E, acima de tudo, compartilhar com responsabilidade, evitando "fórmulas mágicas de sucesso".

Preconceitos e responsabilidade

Em uma narrativa, deve haver responsabilidade, tanto de quem compartilha quanto de quem ouve.

Nosso processo de comunicação envolve preconceitos e interpretações pessoais que podem distorcer nossa realidade e as expectativas de nosso próprio caminho.

O viés do interesse próprio é um fenômeno comum quando contamos uma história de sucesso. Geralmente atribuímos nossos fracassos a situações e fatores externos, em vez de nossas próprias decisões ou atitudes. Em vez disso, relacionamos o sucesso a nossos méritos, habilidades e valores, excluindo situações externas que também desempenham um papel importante.

Mesmo que sejamos bem-sucedidos, é importante refletir sobre o que levou ao nosso sucesso: Será que foi realmente só por causa de minhas habilidades? Que situações externas nos influenciaram para melhor ou para pior?

Do outro lado do espectro da comunicação, quando decidimos empreender ou perseguir uma meta, tendemos a ter um viés de sobrevivência. Geralmente optamos por nos concentrar em histórias de sucesso que deram certo, ignorando as que fracassaram.

Você provavelmente conhece alguém que abre uma empresa porque conhece uma história de sucesso extraordinária ou porque ouviu dizer que é uma boa ideia abrir uma empresa em um determinado setor. Nesses casos, optamos pelo cenário mais animador e deixamos de lado outros fatores mais racionais e objetivos.

É por isso que a responsabilidade é muito necessária quando compartilhamos nossas experiências e também quando as ouvimos. A replicação de modelos bem-sucedidos deve sempre ser feita com cautela.

Expectativas

Quando ouvimos histórias de sucesso, é muito fácil aumentar nossas expectativas em relação a nós mesmos a partir delas. A menos que você seja uma pessoa muito pessimista, esse não é o caso das histórias de fracasso.

As expectativas são simplesmente pensamentos e crenças sobre o que vai acontecer. No entanto, a realidade pode acabar sendo diferente. Essa disparidade entre expectativa e realidade pode ser dura, gerar infelicidade, estresse e exagerar nossa visão e medo do fracasso.

É importante que, como consumidores de histórias de sucesso, avaliemos nossas expectativas de tempos em tempos para sermos mais cuidadosos com o que elas geram:

Questione suas expectativas: de onde elas vêm, elas são realistas? Quando suas expectativas forem comprometidas, analise se elas foram comprometidas em primeiro lugar.

Pratique a gratidão: quando nossas expectativas não são atendidas, o exercício da gratidão nos torna mais gratos pelas coisas boas que temos, gera sentimentos positivos e uma atitude melhor.

Não faça comparações: Mesmo que pareça que todo mundo está tendo sucesso, as pessoas geralmente deixam de lado as partes complicadas. Não se compare, pois o sucesso (e o fracasso) é diferente para cada pessoa.

É normal ter decepções como resultado de nossas expectativas. E, por mais que sejamos cuidadosos com o que ouvimos e de onde tiramos inspiração, é importante reconhecer nossas emoções e valorizar o que realmente nos faz felizes.

Em geral, assimilamos as experiências positivas de forma diferente das negativas. As últimas exigem mais processamento mental e as informações são processadas de forma mais completa do que as positivas. Acreditamos que ouvir as histórias de fracasso de outras pessoas é uma maneira segura de vivenciar e aprender. Fazer isso com humor e remover os julgamentos de valor em relação ao fracasso torna-se uma experiência ainda mais enriquecedora.

Embora as histórias de sucesso omitam o fator de vulnerabilidade e, às vezes, apelem para o ego pessoal...

Não, compartilhar histórias de sucesso não é algo ruim, é valioso se for feito de forma honesta e responsável. Isso pode exercitar nossa resiliência, ajudar-nos a estabelecer metas e a ter controle sobre nossas expectativas. No entanto, nós nos atemos ao caminho do fracasso, afinal de contas, é mais como os rockstars caírem em grande estilo e aprenderem no processo.

Com nosso Programa de Fracasso, criamos uma série de cursos e workshops para identificar e questionar o que significa fracassar. Com isso, procuramos ajudar nossos clientes a melhorar sua cultura corporativa e seus processos de tomada de decisão. Decisões livres de preconceitos e mais adequadas às necessidades humanas das pessoas que compõem suas organizações.


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Editado por

Santiago da Silva

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