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Histórias de transa

100 milhões de dólares e 2 divórcios

Alexandra Mendoza compartilha sua história de fracasso

Por:
26 de novembro de 2025
100 milhões de dólares e 2 divórcios | FUN

Conhecemos Alexandra Mendoza no Gofest em Bogotá. Lá, ela nos contou sua história mais vulnerável com toda a honestidade. Ela foi uma das três mulheres que compartilharam seus aprendizados em uma edição especial do Mujeres Sin Filtro. Devido ao seu perfil, experiência e resiliência, pedimos a ela que repetisse sua história aqui. E ela aceitou.

Hoje, da Liquitech, ele compartilha conosco uma montanha-russa de emoções que começou com a descoberta de uma missão de vida e se transformou na tempestade perfeita.

Alexandra Mendoza compartilha sua história de fracasso

👤 Quem

Alexandra Mendoza é fundadora e CEO da Liquitech, uma ex-executiva com mais de 20 anos de experiência no setor de factoring e serviços financeiros. Sua paixão por inovação a levou a fundar sua empresa, uma Fintech que otimiza as operações de factoring por meio de um núcleo tecnológico e melhora a liquidez das empresas. Ela desenvolveu projetos de impacto social e atualmente é presidente do conselho da Colombia Fintech.

FuN: Qual é sua definição pessoal de fracasso?

Alexandra: A definição de fracasso não pode ser diferente de aprendizado. Nunca temos a garantia de fazer as coisas com perfeição na primeira vez. Sempre há uma queda que nos ajuda na próxima tentativa, a partir da conscientização do que NÃO fazer. Trata-se de ter a visão de que isso é algo que pode acontecer e de reconhecer o valor que podemos encontrar nisso para nos tornarmos mais fortes.  


FuN: Como era sua vida antes de embarcar nesse novo desafio?

Alexandra: Depois de 15 anos como superexecutiva em Barranquilla (emprego estável, bom salário e bônus anuais)... fiquei entediada. Queria criar e parar de fazer um pouco mais do mesmo todos os dias.

Eu havia feito factoring (cobrança antecipada de faturas) durante toda a minha vida, mas tudo era manual: assinar folha por folha, enviar o mensageiro de um lugar para outro... então tive uma ideia: por que não criar um serviço que simplificasse todas essas operações? Foi assim que nasceu a Liquitech.

Junto com meu cofundador, fizemos a empresa crescer rapidamente. Em nosso primeiro ano, houve desembolsos de factoring de US$ 2 milhões, no segundo ano de US$ 8 milhões e no terceiro ano de US$ 30 milhões. Tudo estava indo muito bem.

E, embora a pandemia tenha chegado e tenhamos pensado que seria o nosso fim, ela nos colocou no radar. Vários investidores internacionais viram um enorme mercado para faturas eletrônicas na Colômbia.

Por fim, veio a grande oferta: emitir um título de US$ 100 milhões com um Asset Manager dos EUA.

Mais dois sócios se juntaram a nós e começamos a trabalhar no modelo de negócios. Pensamos em tudo, orçamentos, pesquisa de mercado, produtos e até mesmo na expansão internacional. 

O que poderia dar errado se fosse para fazer mais do mesmo, mas com um pouco mais de tamanho?

💣 The Real F*up

Alexandra: Fizemos grandes investimentos em infraestrutura e equipamentos, tudo estava pronto para assinar os documentos. Em teoria, o primeiro desembolso seria feito em três meses, mas demorou quase mais de um ano para que o primeiro negócio fosse concretizado. Algo que não estava contemplado no plano de negócios.

As condições simplesmente não funcionaram como esperávamos e os desembolsos não foram compensados.

Todo esse tempo de inatividade afetou diretamente o fluxo de caixa da empresa. A prospecção comercial que havíamos feito não funcionou como esperávamos: quando apresentamos a oferta aos nossos clientes, eles reclamaram do preço e da lentidão. 

Tínhamos clientes insatisfeitos, um caixa no vermelho e nenhum dinheiro para continuar expandindo a fábrica ou para manter o ritmo. Batemos à porta de investidores e fontes de financiamento, mas eles nos disseram que a pista de decolagem era muito curta e que precisávamos de mais. No final, era um círculo vicioso.

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FuN: Qual foi o momento exato em que tudo explodiu?

Alexandra: Foi assim que a crise começou e as discussões entre os sócios, o "eu avisei", "você não deveria ter feito isso" e "fomos ingênuos demais". Isso fez com que a tensão se espalhasse para os funcionários e clientes que ligavam para reclamar da falta de recursos. E, no final, de quem era a responsabilidade? Do CEO. 

E como se isso não fosse suficiente, veio o golpe mais pessoal. Após 23 anos de relacionamento, meu casamento chegou ao fim.

Esse foi o meu verdadeiro momento de Foda. Tudo quebrou ao mesmo tempo. Até o casamento do meu parceiro também acabou.

Foram semanas de choro incessante nos bastidores. Na frente da equipe, tínhamos de ser fortes e mostrar que éramos capazes.

FuN: Como a situação foi resolvida?

Alexandra: Meu cofundador foi uma peça fundamental. Trabalhamos muito juntos para seguir em frente. Como estávamos passando pela mesma crise naquele exato momento, fomos um apoio muito importante um para o outro.

Depois de reequilibrar a estrutura corporativa da empresa, meu cofundador e eu ficamos. Negociamos com os outros cofundadores e sócios e tivemos de reduzir a empresa. Graças a esse processo, desenvolvemos uma estrutura única na Colômbia: uma empresa capaz de fazer esse tipo de alinhamento seguro de faturas para investidores internacionais.

Em 2025, conseguimos fechar (depois de um ano e meio muito difícil) novas alianças com fundos de investimento para continuar crescendo no mercado de factoring na Colômbia. Encontramos um novo acionista que veio para nos dar o apoio de que precisávamos em termos de capital, histórico e trabalho complementar que precisávamos para desenvolver todos os nossos projetos. 

💡 Em conclusão... 

  1. Não há atalhos nos negócios. Os unicórnios estão nos livros de fantasia; as empresas reais são construídas com trabalho árduo. Elas não nascem funcionando: elas crescem e evoluem.

  2. Acredite em seu olfato. Muitas vezes deixamos de confiar em nós mesmos e damos mais ouvidos ao investidor externo do que à nossa própria intuição. É nesse momento que nos perdemos.

  3. Ele lidera com sua alma. Mesmo em tempos difíceis, a alegria sustenta a equipe. A liderança autêntica conecta; não se trata de comandar, mas de acompanhar.

  4. Resiliência. Se não a tivermos, é melhor ficarmos em casa lendo ou em um emprego estável. O empreendedorismo exige aceitar que as coisas darão errado, que não será perfeito e que cometeremos erros.

  5. Ação. Podemos planejar e pensar, mas se não fizermos, não aprenderemos. O fracasso não é o oposto do sucesso: é o preço que pagamos para alcançá-lo.

Conecte-se com Alexandra! linkedin.com/in/alexandramendozadc

Lembre-se de que nossos canais estão abertos a quaisquer perguntas, reclamações, feedbacks ou contribuições em: rich@fuckupnights.com.

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