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Histórias de palestrantes

O acidente de avião que me custou US$ 130.000

Leo compartilha seu fracasso em Cozumel, um acidente de avião de US$ 130 mil que se transformou em uma lição inestimável.

Por:
Noites de Foda
22 de novembro de 2024
O fracasso de Leo em Cozumel: uma lição de US$ 130 mil

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Quem?

Leo é um empresário e consultor europeu que embarcou em uma jornada inesperada para perder o ego, o dinheiro e alguns hábitos arraigados. Com 17 anos de experiência empresarial no México, Leo é uma mistura de "disciplina europeia e criatividade mexicana". Seu lema de vida é "a merda é o caviar", porque ele acredita profundamente que as experiências difíceis são as que realmente nos enriquecem.

Definição de fracasso

FuN: Qual é sua definição pessoal de fracasso?

Leo: Para mim, o fracasso é como o caviar: um sabor adquirido que você aprende a apreciar com o tempo. E, sim, sinceramente, adoro "fazer besteira" porque cada fracasso traz uma lição que nenhum sucesso fácil poderia oferecer.

FuN: Como era antes do fracasso?

Leo: Quando cheguei ao México, eu me sentia invencível, com uma atitude bastante egoísta. Eu me achava mais inteligente e melhor do que a média das pessoas ao meu redor. Eu me sentia imparável, como se o mundo fosse meu para conquistar.

Depois deiniciar um projeto de turismo de pesca, comecei a alugar aviões para voar da ilha de Cozumel até o sítio arqueológico de Chichen Itza, e o negócio cresceu tão rapidamente que comecei a ver o título de "milionário" surgindo no horizonte. Alguns investidores entraram em contato comigo, inclusive um de Cozumel, que se juntou ao empreendimento e com quem finalmente consegui comprar meu primeiro avião.

Meuego estava tão inflado que até a placa de identificação tinha meu nome, só para irritar a concorrência e as autoridades que dificultaram meu uso do aeroporto... tudo parecia perfeito... até que o ego decidiu me dar uma lição.

O verdadeiro F*up 💩

Leo: Aluguei uma licença de uma grande empresa em Toluca para fazer voos comerciais, que também se ofereceu para selecionar os pilotos, o seguro, etc. Eu estava 100% confiante nesse processo.

Depois dedois meses, iniciamos nosso primeiro voo com um cliente de Cancun para Cozumel. Eu não conhecia o piloto.

Quando tentamos aterrissar, o avião inteiro começou a tremer. O pouso foi o que se chama de "pouso forçado". A primeira pancada foi MUITO forte, assustadora e foi seguida por várias pancadas fortes. O avião aterrissou como se fosse um coelho pulando. Ele atingiu a pista, subiu ao céu, atingiu a pista, subiu ao céu. Quando minha cabeça bateu no assento , pensei que íamos morrer, que a cauda do avião tinha se despedaçado.

‍Quandosaímos do avião, verificamos se estávamos todos bem. Apesar do forte estrondo que ouvimos, a cauda não estava quebrada, apenas uma hélice estava dobrada, mas o prejuízo foi de US$ 130.000.

Por lei, o piloto tinha que ter pelo menos 150 horas de voo, mas para que o seguro cobrisse os danos, eram necessárias 500 horas de voo naquele tipo específico de aeronave. Ele não as tinha. Lembro-me de estar sentado na cauda do avião, suando como nunca antes em minha vida, sem um centavo em minha conta.

FuN: Houve algum sinal de alerta ou advertência anterior?

Leo: Fizemos um contrato com a empresa para alugar a licença por US$ 245, depois o valor subiu para US$ 616 e, antes de voar, para US$ 1.110. Como parceiros, achamos que eles eram confiáveis e os melhores do país.

Deveríamoster ouvido nossa intuição, sentado com eles, tomado um café e perguntado o que estava acontecendo? Além disso, eles nunca nos deram os detalhes do piloto que contrataram para os voos. Eu não o conhecia e confiava totalmente nele.

FuN: Como você percebeu o erro?

Leo: Embora eu tenha batido a cabeça e sangrado no nariz, tentando ser positivo e com pouca experiência em aviação, pensei: "Em um dia vamos consertar isso".

Naquele mesmo dia, os funcionários da empresa de licenças comerciais nos ajudaram com as formalidades do acidente e nos disseram que os reparos levariam pelo menos seis semanas. Embora o choque ainda não tivesse passado, eu só conseguia pensar nos danos (e no dinheiro) e na falta de renda, pois o avião não poderia voar.

Foi então que percebi que todo o sonho de ser um "milionário da aviação" havia sido destruído.

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May day, may day...

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De volta ao Leo...

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FuN: Como você se sentiu naquele momento?

Leo: Chorei na frente do meu cliente e do meu parceiro. Lembro que estacionamos o avião e fiquei sentado na fila, olhando a bagunça, pensando que estava em um filme, fora da realidade. Pensando em como tanto trabalho tinha acabado assim. Eu me sentia um perdedor, imaginando o que a autoridade e a concorrência iriam pensar.

Compartilhamento de falhas

FuN: Qual foi a reação das pessoas envolvidas?

Leo: O cliente disse: "Nossa, que experiência, quantas vezes você sofre um acidente de avião e sobrevive?" Ele aceitou muito bem, não quis o dinheiro de volta nem nada. Ele disse: "Estou em Cozumel, esse era o plano e aqui estou".

Tive sorte porque 99% dos clientes teriam me processado, exigido dinheiro ou deixado críticas ruins. Mas acho que, pela adrenalina, foi muito positivo.

Os competidores não se contiveram e caíram na gargalhada. O "rebelde" havia recebido uma lição. As pessoas próximas a mim não tiveram piedade, com sua atitude de "eu avisei". É claro que elas não resistiram a dizer isso em voz alta, enquanto eu tentava juntar os cacos do meu ego quebrado. Esses fracassos não apenas me mudaram, mas também mudaram a maneira como os outros me viam.

FuN: Como o problema foi resolvido?

Leo: No mesmo dia do acidente, alguns funcionários da empresa de licenças chegaram em um avião particular com dois advogados e instruções sobre o que dizer e o que não dizer, pois tinham que entrar em acordo com o aeroporto. Eles conseguiram qualificar o acidente como apenas um "incidente", de modo que ele se enquadrasse em outra categoria.

Meu sócio investiu mais recursos e compramos partes do avião com o fluxo de caixa que tínhamos. Fiquei meses sem receber salário para pagar os danos.

Levamos quatro meses para consertar o avião. Nesse período, encontrei outra empresa de aviação maior que tinha duas aeronaves que atendiam aos padrões e que pudemos alugar. Eu mesmo selecionei os pilotos certos com mais experiência.

FuN: Você faria algo diferente?

Leo: A verdade é que eu não mudaria nada. Estou completamente em paz com quem sou agora, depois de estar "errado" tantas vezes. Essas quedas foram o que me trouxeram até aqui e, sem elas, não seria capaz de ajudar os outros como faço agora. É claro que tenho consciência de que estou aplicando essas lições a cada nova aventura. 

Isso teve que acontecer para levar a aviação a sério e fazer as coisas direito. Você pode fazer um negócio e ver se ele tem sucesso, mas se não tiver, nada acontece com seu trabalho. Com a aviação, por outro lado, a verdade é que corri riscos que não deveria ter corrido. Se você está em um negócio que envolve a vida de pessoas ou animais, não pode fazer esse tipo de coisa.

FuN: Como esse fracasso o ajudou em seu crescimento pessoal e profissional?

Leo: Hoje eu ainda "falho" porque, no final das contas, ainda sou aquela criança com energia infinita e vontade de crescer. O interessante é que, a partir desses erros, agora posso dar conselhos extremamente valiosos para CEOs e empresas. Não com base em livros universitários, mas nas lições que a própria vida me deu.

Em conclusão...

  • Um homem sábio de 80 anos me disse: "Isso é uma pechincha, meu rapaz. 130.000 é uma lição em um milhão".
  • É preciso confiar, mas é preciso verificar novamente.
  • Faça as coisas "de acordo com as regras" se for um negócio com vidas envolvidas.
  • Se você for um iniciante, procure os "profissionais" com quem aprender.
  • Se você for uma pessoa "profissional", nunca se esqueça de que foi um iniciante e apoie os outros.
  • Clareza é poder. Não há nada mais poderoso do que saber exatamente o que você quer e para onde está indo.

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Editado por

Ricardo Guerrero

O acidente de avião que me custou US$ 130.000
Leo Waltman
Consultor de negócios | 𝙎𝙩𝙖𝙣𝙙𝙤𝙪𝙩, 𝙨𝙚𝙡𝙛 𝙢𝙖𝙙𝙚 𝙚𝙣𝙩𝙧𝙚𝙥𝙧𝙚𝙣𝙚𝙪𝙧 𝙖𝙣𝙙 𝙞𝙣𝙫𝙚𝙨𝙩𝙤𝙧; 𝙫𝙞𝙨𝙤𝙣𝙖𝙞𝙧𝙚 𝙬𝙞𝙩𝙝 𝙖 𝙝𝙞𝙜𝙝𝙡𝙮 𝙞𝙣𝙨𝙥𝙞𝙧𝙞𝙣𝙜 𝙗𝙪𝙨𝙞𝙣𝙚𝙨𝙨 𝙨𝙩𝙤𝙧𝙮. 𝙎𝙋𝙀𝘼𝙆𝙀𝙍 𝘼𝙉𝘿 𝙈𝙀𝙉𝙉𝙏𝙊𝙍.
Leo é um empresário e consultor europeu que embarcou em uma jornada inesperada para perder o ego, o dinheiro e alguns hábitos arraigados. Com 17 anos de experiência em negócios, Leo é uma mistura de "disciplina europeia e criatividade mexicana". Seu lema de vida é "a merda é o caviar", porque ele acredita profundamente que as experiências difíceis são as que realmente nos enriquecem.
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