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Gerenciamento de falhas e como um erro pode lhe render bilhões

Mariana Maciel, organizadora do FuN São Paulo, compartilha seus aprendizados sobre como transformar nossos fracassos em catalisadores de crescimento.

Por:
Mariana Maciel
26 de novembro de 2024
Gerenciando o fracasso: a chave para a inovação

Todos nós começamos nossa análise de histórias de fracasso com o clichê: errar é humano. Mas, após esse reconhecimento e aceitação, o que fazer com o erro detectado, especialmente em ambientes profissionais?

A cultura do gerenciamento de falhas

O problema é que as organizações e nós, como colaboradores individuais ou empreendedores, não sabemos o que fazer com o que aprendemos com o fracasso de um negócio. É muito mais provável que algo que não seja tratado se repita e até mesmo se amplie. 

Gerenciar o fracasso envolve reconhecê-lo, o que é muito importante, mas é apenas o começo de um trabalho muito maior.

E tudo começa com a cultura. Para que o erro seja realmente visto de forma realista e como um impulsionador de mudanças, o ambiente precisa abordar essa questão de forma ampla e estruturada. Não pode ser o trabalho de apenas uma área ou de um grupo de pessoas. Parte do nosso trabalho como indivíduos e profissionais é desenvolver a capacidade essencial de aprender constantemente com o nosso contexto em todos os níveis da organização, promovendo a resiliência pessoal e profissional nas equipes em um ambiente em constante mudança.

Desafios e oportunidades no gerenciamento de falhas

O que infelizmente acontece na maioria das organizações é que o risco de fracasso se torna um problema dentro de uma equipe de inovação, por exemplo, e o problema acaba se tornando uma ilha entre o restante da organização. Quase como em um zoológico, o tópico "selvagem" é observado de fora e admirado como algo muito perturbador. Mas é o suficiente para que esse mesmo "animal" apareça aqui na minha sala de estar e o afaste sem sequer dar a chance de ser acariciado. Esse ato reflete o medo do fracasso e a ausência de uma mentalidade de crescimento baseada no aprendizado contínuo, baseado no erro.

E, como todo trabalho cultural, ele passa por estágios e processos para sua implementação:


Qual é o meu nível de aceitação da presença de falhas na minha organização e o que está sendo feito a respeito?

É importante aproveitar momentos como pesquisas anuais ou outras avaliações dentro das equipes para levantar a questão de forma anônima. Entenda o nível de maturidade das áreas da organização em relação à questão, para saber como criar um plano de ação, reconhecer os pontos fortes e os pontos de desenvolvimento. Isso é fundamental para transformar erros em oportunidades de aprendizado.

Uma organização pode não ser boa em identificar ou admitir falhas, mas pode ter um bom perfil para gerenciamento de crises ou rápida adaptação ao mercado. Isso certamente facilitará a ação de recuperação quando ocorrer uma falha. Mas também pode ser um local onde os funcionários não se sintam abertos à vulnerabilidade, o que já nos apresenta um determinado cenário a ser coberto.

Outra organização pode ser muito boa em estar aberta à vulnerabilidade, mas não está aberta à inovação e é extremamente apegada aos processos tradicionais. Isso já nos leva a outro cenário que precisa ser questionado.

Qual é o plano de ação certo para minha realidade?

No caso de uma empresa com aversão à vulnerabilidade, já vemos que será necessário desenvolver soft skills que envolvam o gerenciamento de mudanças, a busca de consultorias focadas e até mesmo um novo elemento nas avaliações de desempenho, por exemplo. Em organizações que não são muito abertas à inovação e são muito focadas em processos, será necessário implementar novas metodologias, como o Agile, um foco em testes e aprendizado e a busca de experimentação rápida. Essas mudanças são objetivos desafiadores que podem servir como um catalisador para o crescimento.

A questão é que, para cada ambiente, deve ser criado um plano de ação específico, preciso e detalhado. Não existe uma solução única para todos os casos.

E um ponto muito importante é também medir essa evolução, estabelecendo métricas relacionadas a cada ambiente, desde a rotatividade de funcionários até o número de novas ideias geradas e implementadas, por exemplo.

E a aversão a erros está totalmente ligada a uma redução na inovação. Em um mundo de mudanças rápidas, as organizações que querem se perpetuar precisam inovar constantemente, independentemente do setor em que atuam ou do tipo de serviço que oferecem. Em uma organização com aversão a erros, seus funcionários terão mais dificuldade em aderir a novas abordagens e ferramentas, devido ao medo de cometer erros e serem expostos. Essa resistência leva a conflitos, redução da produtividade e até mesmo à obsolescência. No entanto, reconhecer e lidar com essas falhas do passado pode ser uma grande oportunidade de aprendizado e parte do aprendizado contínuo.

Aproveitar os erros para construir o caminho para a inovação em minha empresa/organização

De acordo com a Nielsen, até 2020, os produtos nascidos de erros gerarão mais de US$ 50 bilhões em receita global. Esse número reflete o impacto significativo que essas inovações acidentais podem ter na economia global. 65% dos consumidores também disseram estar dispostos a experimentar novos produtos que surgiram de erros ou acidentes.

A história do Post-it é um exemplo perfeito de como um erro pode levar ao sucesso. Inicialmente, a 3M não sabia como comercializar um adesivo fraco criado pela empresa. Entretanto, quando Art Fry teve a ideia de usar o adesivo para marcar páginas, a empresa viu uma oportunidade. Hoje, o Post-it é um produto multibilionário, disponível em mais de 100 países e em centenas de variações. Esse sucesso não apenas gerou grandes receitas para a 3M, mas também solidificou a reputação da empresa como líder em inovação.

Conclusão: 3 dicas para melhorar e aplicar o que aprendi durante meus fracassos

Nunca é tarde demais para mudar seu rumo. Alguns pontos essenciais para aqueles que querem se inspirar e usar os erros como fonte de aprimoramento são:

  • Promover uma cultura de aprendizado e experimentação;
  • Comemore os pequenos sucessos;
  • Forneça feedback construtivo para transformar falhas em oportunidades.

Gerenciar o fracasso não é apenas necessário, é fundamental para o sucesso e a inovação contínua, promovendo o crescimento pessoal por meio do enfrentamento de situações adversas.


E o mais importante é entender que nunca é tarde demais para começar de novo. Erro detectado? Mude o curso, adapte-se e renove seu caminho. Quem sabe, talvez o próximo Post-it do seu mercado esteja do seu lado e você só não o viu porque teve medo de errar.

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Noites de Foda

Gerenciamento de falhas e como um erro pode lhe render bilhões
Mariana Maciel
Gerente de Estratégia de Conteúdo LATAM na J&J | Organizador da Fuckup Nights São Paulo
Mariana Maciel é jornalista com mais de 20 anos de experiência em comunicação corporativa, conteúdo e marketing digital. Atualmente é a organizadora da Fuckup Nights São Paulo.
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