O fracasso de Michaela no palco do IMAX tornou-se uma lição de riso, resiliência e confiança para falar em público. Veja como ela deu a volta por cima.
Você já esteve diante de 360 pessoas e foi lentamente retirado do palco como um personagem de desenho animado? Não? Bem-vindo ao meu mundo.
A vida lança desafios para todos nós - momentos que nos fazem duvidar de nós mesmos e situações em que tudo parece dar errado. Mas são exatamente essas experiências que nos moldam. Elas fazem parte de toda jornada.
E sim, já vivi muitos desses momentos. Caso contrário, não seria capaz de escrever sobre eles hoje. Essas experiências me fizeram crescer e me ensinaram como é importante não desistir, mesmo em tempos difíceis.
Hoje, subo regularmente ao palco como apresentador das Fuckup Nights em Munique, falando sobre o que podemos aprender com os erros e contratempos.
Esse tópico é muito caro para mim porque eu mesmo já passei por isso muitas vezes. E como sei que há uma lição valiosa por trás de cada fracasso, gostaria de compartilhar uma história dos meus primeiros dias.
É a história de como aprendi a lidar com esses momentos e a manter meu senso de humor intacto.
Durante meus estudos, trabalhei em um cinema IMAX. Meu trabalho era apresentar filmes em 3D. Parece simples, não é?
A realidade, entretanto, era um pouco mais intimidadora.
O teatro era enorme, como um anfiteatro moderno. 360 pessoas estavam sentadas em fileiras íngremes acima de mim, enquanto atrás de mim havia uma tela gigante, tão alta quanto um prédio de cinco andares.
Só de pensar em falar diante de um público como esse, meu coração disparou.
Minha meta naquele dia era clara: fazer meu anúncio de forma impecável.
"Bem-vindo ao IMAX 3D! Por favor, coloque seus óculos 3D..." Essa era a frase que eu havia praticado inúmeras vezes.
Mas no momento em que entrei no palco, tudo parecia diferente. A multidão olhando para mim, o microfone na minha mão, o palco enorme - senti meu nervosismo aumentar. Minha respiração parecia parar, e meu coração batia como se estivesse tentando encontrar uma rota de fuga.
Mesmo assim, comecei a falar. As primeiras palavras saíram sem problemas, mas depois notei algo estranho. A distância entre mim e o microfone começou a aumentar, e eu não conseguia entender por quê.
No início, achei que era apenas o nervosismo me pregando uma peça. Mas então percebi que meu colega nos bastidores estava me pregando uma peça, puxando lentamente o fio do microfone.
Tão sutilmente que só percebi quando as risadas da plateia ficaram mais altas.
Imagine o seguinte: no meio do meu anúncio, de repente tive que correr atrás do microfone. Continuei falando, tentando não perder o público, falando diligentemente minhas falas enquanto era puxado passo a passo para o lado direito do palco.
O microfone se moveu, e eu o segui até terminar minha última frase em pé contra a parede lateral do teatro. O microfone havia desaparecido.
E eu? Fiquei ali parado no meio dessa situação absurda, como um cachorro molhado.
Naquele momento, senti que havia fracassado completamente. Tudo o que eu queria era realizar essa única tarefa. E agora eu estava no palco sem um microfone.
Teria sido fácil fugir ou congelar de vergonha. Mas isso só teria piorado a situação.
Por isso, optei por fazer outra coisa: ri com o público, em voz alta e com sinceridade.
Então eu disse: "Bem, isso deve ter sido o efeito 4D - e eu era o convidado especial!"
O público riu ainda mais alto, mas dessa vez foi diferente. Eles não estavam mais rindo da situação, mas comigo.
Foi quase como se eu tivesse sido um ato de aquecimento para o público, criando um clima positivo para o show.
Olhando para trás, refleti sobre aquele momento. As pessoas na plateia não me conheciam, não tinham motivo para me julgar ou avaliar.
Eles não estavam rindo de mim como pessoa, mas do humor da situação. No entanto, em minha cabeça, eu havia me convencido de que eles me consideravam incompetente.
Essa suposição estava errada, e essa foi a lição mais valiosa que tirei dessa experiência: não interpretar demais e não fazer suposições.
Nosso medo de sermos julgados geralmente tem origem nas histórias que contamos a nós mesmos. Nós nos preocupamos com o que os outros podem pensar e automaticamente imaginamos os piores cenários possíveis.
Mas, na maioria dos casos, isso não é verdade. As pessoas geralmente são muito menos críticas do que acreditamos e estão preocupadas com suas próprias preocupações.
Essa experiência também me ensinou como é importante não se levar muito a sério.
Ao rir de mim mesmo e mostrar vulnerabilidade, tirei o peso do momento.
Em vez de me afundar no chão de vergonha, assumi o controle da narrativa. O humor se tornou uma ferramenta para transformar derrotas aparentes em momentos de aprendizado.
Desde aquele dia, não tenho mais medo de falar em público, pelo menos não em palcos com menos de 360 pessoas.
É claro que às vezes ainda fico nervoso, mas a lembrança desse momento me faz lembrar que não devo levar as coisas muito a sério. Mesmo que algo dê errado, raramente é tão ruim quanto imaginamos.
O que aprendi com essa experiência vai muito além do palco. Ela me mostrou o valor da autenticidade e a aceitação de que ninguém é perfeito.
Os erros são humanos e, muitas vezes, são o que nos conecta aos outros.
Portanto, se alguma vez se encontrar em uma situação embaraçosa, lembre-se disso: você pode usá-la. Aprenda a rir da situação e lembre-se de que todos nós passamos por momentos assim.
Elas nos tornam humanos - e, muitas vezes, mais fortes.
Editado por
Michaela Forthuber
Vamos transformar nossa percepção do fracasso e usá-lo como um catalisador para o crescimento.