A gratidão se tornou uma formalidade para ser uma boa pessoa.

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"A mente grata está constantemente fixada no melhor, portanto, ela receberá o melhor."

‍-Wallace D. Wattles, The science of getting rich (A ciência de ficar rico)

Muitas vezes pensamos que somos gratos porque agradecemos sempre que solicitado. Dizer obrigado quando alguém faz algo por você é a regra e é o que a sociedade nos diz, se somos educados ou não.

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Surpreendentemente, às vezes me pego repreendendo minhas sobrinhas pequenas porque elas não disseram obrigado. Isso me levou a questionar como fui ensinada a agradecer (talvez você tenha sido ensinado da mesma forma) e como essa educação é perpetuada entre as gerações.

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Essa maneira de ver a gratidão transformou esse conceito em algo "vazio", uma obrigação e uma formalidade para ser uma boa pessoa. Apesar de ser tão essencial na vida cotidiana, a insistência com que é exigida transformou uma ação tão vulnerável em algo automático ou irritante e até mesmo a ser rejeitado. Ela exige que reconheçamos uma posição de necessidade e infringe nosso ego.

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Não me entenda mal, é importante e necessário agradecer. Entretanto, a gratidão é uma experiência poderosa quando é sentida. Quando você pode conectar esse sentimento e senti-lo em todo o seu corpo e até mesmo fazê-lo sorrir porque você o vive, isso é algo que pode melhorar nossa vida e funcionar como um suporte para nossa saúde mental.

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Gratidão e resiliência

Há uma grande quantidade de pesquisas que comprovam o impacto positivo da gratidão em nossa mente e em nosso corpo. Mas o mais notável é o impacto em nossa resiliência.

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Estar ciente do que temos e ser grato regularmente são pensamentos positivos que são mantidos constantemente em nossa mente. A gratidão nos ajuda a abordar os problemas de um ponto de vista diferente e até mesmo a entender o aprendizado por trás dos momentos difíceis. *piscada, piscada

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Podemos pensar que a gratidão é um momento de reflexão quando tudo corre bem ou como planejado, mas não é o caso. Manter uma mentalidade de gratidão quando estamos passando por momentos difíceis nos incentiva a mudar a maneira como vemos as coisas e a saber que tudo o que acontece conosco tem uma razão de ser que nos convida a melhorar ou mudar.

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Embora a gratidão traga tantos benefícios, por que não é natural para nós sermos gratos?

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De acordo com o psicoterapeuta Dr. Rick Hanson, o cérebro tem uma predisposição para o negativo, ou seja, há um viés para o negativo que faz com que as experiências difíceis tenham um impacto psicológico maior do que as positivas, e é por isso que geralmente tendemos a nos lembrar mais das coisas ruins.

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A boa notícia é que a gratidão é uma habilidade que pode ser trabalhada.

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Exercitar a gratidão

Sabemos que hábitos são tudo. Para trabalhar nossa gratidão, depende de nossa consistência. Aqui estão algumas boas práticas on-line e pessoais para exercitar sua gratidão:

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• ‍Manterum diário de gratidão: Embora possa parecer um pouco piegas, uma técnica é escrever diariamente de 3 a 5 coisas/situações pelas quais você é grato.

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Você pode começar a fazer isso uma vez por semana, depois duas vezes por semana e assim por diante, até que se torne um hábito diário. Essa é uma excelente maneira de educar a mente para ver que tudo o que vivenciamos tem uma função e, dessa forma, nos sentimos mais felizes. Não precisa ser um diário perfeitamente documentado, pode ser uma técnica bastante simples se combinada com ferramentas digitais.

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Aqui estão alguns aplicativos móveis que podem ajudá-lo a manter o controle: Diarium, Dayone, journey.cloud, Penzu, Daylio e deardiary.a

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• Faça caminhadas de gratidão: Simplesmente saia para caminhar, você pode ir até a loja, dar uma volta no quarteirão ou simplesmente sair para caminhar e usar esse tempo para pensar apenas no que você é grato naquele dia ou naquele momento.

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Enquanto caminha, você pode tentar percorrer o alfabeto e agradecer por algo em cada letra, ou seja, sou grato pelo amor que sinto pelos meus pais, sou grato pelos beijos do meu parceiro, sou grato pela minha casa e assim por diante até chegar ao z. Além de praticar a gratidão, essa atividade pode ser combinada com sua rotina de exercícios ou com aquelas pausas no trabalho para esticar as pernas.

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Essas podem parecer maneiras muito "ativas" de praticar a gratidão, mas o importante é parar e pensar no presente. Mesmo que você não corra, mantenha um diário ou recite mentalmente o alfabeto, uma boa maneira de fazer isso é também se concentrar nas experiências.

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• Seja grato pelas experiências: É muito diferente ser grato "Pelo bairro onde moro" do que ser grato "Por aquela vez que meus vizinhos me apoiaram naquele dia chuvoso em que fiquei do lado de fora porque esqueci minhas chaves e...". Dessa forma, estamos transformando a gratidão em uma experiência, uma experiência que já vivemos e que torna a gratidão mais autêntica.

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Compartilho com vocês minha rotina de gratidão. Acordo e a primeira coisa que faço é agradecer por ter acordado e porque tudo em mim está funcionando. Depois, agradeço a Deus e à Mãe Terra por um novo dia e por me permitirem estar em conexão com eles, de modo que todas as ações do meu dia sejam direcionadas para o meu bem-estar e o das pessoas ao meu redor.

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O próximo passo é ser grato por minha cama e pelo quarto em que acordo, bem como por minha casa, minha família e meu trabalho. Isso leva no máximo cinco minutos, mas me ajuda a começar o dia com ânimo e compreensão de que o que pode ser básico para mim não é necessariamente básico para outra pessoa.

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É importante ressignificar a gratidão como uma forma de dar relevância ao presente. É uma ótima ferramenta para evitar a ansiedade ou o estresse sobre o que não podemos mudar ou o que ainda não está acontecendo, e também para perceber o quanto merecemos e temos.